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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

História do canário doméstico



História

Os canários domésticos não são encontrados na natureza, mas esta variante teve origem do cruzamento do canário selvagem e de outros tentilhões, além de sofrer também algumas mutações. O canário selvagem pode ser encontrado em diversos locais, entre eles, o arquipélago das Canárias e da Madeira. Quando descobriram as ilhas Canárias, no século XV, os espanhóis levaram os primeiros exemplares para o continente. Os primeiros criadores foram frades, que só vendiam exemplares machos para o estrangeiro, para que a criação mundial dependesse de Espanha. No entanto, no século XVII, os italianos conseguiram contrabandear uma ninhada de fêmeas, contribuindo, assim, para a difusão dos canários pelo mundo. O primeiro canário de que se tem conhecimento foi encontrado nas Canárias por volta de 1402. Uma curiosidade é que as ilhas receberam já tinham esse nome antes da descoberta da ave. De acordo com a lenda, os romanos chamavam-nas de "ilhas dos Cães" por serem habitadas por um tipo de raça de cães de grande porte. A palavra “canário" deriva de "canis", ou seja, cão em latim.

Já no século XV, tem-se notícias de canários sendo criados como animais de estimação na Europa. Ao longo dos tempos, uma grande variedade de canários foi desenvolvida. Alguns foram criados simplesmente pela habilidade vocal, onde a aparência não tinha importância. Até a Revolução Industrial, quando não ainda não haviam máquinas ruidosas, alguns artesãos costumavam manter canários em suas lojas para entretenimento. Essa prática de manter canários nos locais de trabalho acabou levando-os para as minas de carvão, onde (tristemente) os canários serviam de alarme para o trabalhador quando aqueles morriam devido à liberação de gases tóxicos.

As experiências dos ingleses com os tamanhos e formas que um canário poderia apresentar, conseguiu criar algumas variações da raça, como por exemplo o Norwich, o Yorkshire e o Gloster. Já os franceses e italianos preferiram lidar com a postura dos canários e obtiveram vários exemplares com diferentes posturas. Até o início do século XX, o canto e a forma dos canários eram o único alvo da dedicação dos criadores. No entanto, uma mutação genética em um viveiro de canários de canto despertou a atenção dos criadores tradicionais para outra característica dos canários: a sua cor. Desta forma, teve início um novo interesse por parte dos criadores e desencadeado as mais de 300 cores conhecidas actualmente.

Temperamento

Os canários têm um óptimo convívio com outras aves e também dividem muito bem o espaço entre si, sem agressões. O único senão, é não se misturarem com outras espécies de tentilhões, uma vez que podem cruzar e as crias serem estéreis. Vivem muito bem em qualquer ambiente, e em qualquer clima, dando-se melhor em climas temperados, podendo ser criados numa sala de estar, numa gaiola simples , ou mesmo ao ar livre. Geralmente, os machos são criados em separado em virtude da beleza do seu canto.

De forma geral, os canários são calmos, mas algumas aves podem ser mais agitadas. Mesmo os canários mais agitados dão-se muito bem com os criadores, podendo ter uma relação até bem próxima, sem nunca vão ser tão domesticadas como um periquito ou um papagaio, por exemplo.

Descrição

O canário tem tamanho variado, de acordo com o tipo, mas o selvagem tem entre 12 e 13 cm, enquanto o canário vulgar, de canto e cor, tem cerca de 14 cm. Os canários de menor dimensão tem aproximadamente 11 centímetros e a maior, o canário de Lancashire, tem cerca de 22 centímetros. Diferenciar o macho da fêmea, não é tarefa fácil. Criadores especializados podem determinar essa informação através da posição e do tamanho da cloaca. Mas para o criador amador, saber que o macho é o único que canta pode ser determinante para diferenciar o canário macho da fêmea. Pode atingir os 14 ou 15 anos de idade, de maneira que quem quer adquirir um canário para alegrar os seus dias, tem que ter noção que vai assumir uma responsabilidade a longo prazo.

Os ossos do canário são leves e sólidos, mas em grande parte ocos, permitindo voo de uma maneira muito fácil. Mesmo as partes mais pesadas do corpo, como os músculos das pernas e das asas estão muito próximos da caixa torácica e da coluna vertebral, permitindo ao animal manter um forte equilíbrio durante o voo. Além disso, o canário apresenta um elevado metabolismo, isto é, consegue transformar a sua alimentação em energia de uma forma muito rápida. Registe-se que o consumo de energia durante o voo é quinze vezes superior do que em repouso.

São animais activos diurnos, isto é, dormem profundamente apenas à noite, já que durante o dia não podem se dar ao luxo de serem vítimas de um possível predador. Se estiver numa gaiola, o canário pode adormecer durante o dia, mas nunca de forma muito profunda. Em relação ao canto, os canários pertencem ao tipo de pássaros nascem com determinado repertório, mas que aprendem, ainda no ninho, com o canto do pai. Desta forma, os canários podem ser criados sozinhos na gaiola, já que durante o período de criação, ouviu o canto do pai. O que pode acontecer é que ele dominará o canto típico dos canários, mas sem as variações que aprenderia com o progenitor.

O canário é muitas vezes apreciado apenas pelo seu canto, mas convém ter em atenção que nem todos os pássaros cantam sempre da mesma forma durante toda a vida, sendo comum certos canários deixarem de cantar por qualquer motivo. Desta forma, o canto não deve ser o único atractivo, e sim, mais um, para quem adquirir um canário.

Ao contrário do que se possa pensar, as fêmeas cantam, mas muito raramente e tão baixinho que quase é impossível de se ouvir. A única coisa que lhes falta para cantar devidamente são as hormonas masculinas, que são responsáveis pela frequência e a intensidade do canto. Quanto aos sentidos, a visão e a audição são os mais desenvolvidos.

Os olhos do canário têm um ângulo de visão de cerca de 320º, e são monoculares, isto é, os dois olhos trabalham independentes um do outro. A audição do canário é muito boa, com uma constituição auditiva semelhante a de um mamífero, faltando-lhe apenas o ouvido externo, ou seja, a orelha. O olfacto e o paladar não são muito desenvolvidos, e desta forma, sem grande importância para o animal.

Alojamento

Quer seja numa gaiola, quer seja num viveiro, temos que observar certos pormenores para proporcionar ao canário o melhor ambiente de desenvolvimento. O pássaro deve estar num local iluminado, evitando a corrente de ar directa, mas com uma boa circulação do ar.

Uma gaiola de criação de canários tem entre 35 e 40 centímetros de comprimento e 30 centímetros de altura e de profundidade. Este tamanho de gaiola é o ideal para um casal de canários durante a gestação. As aves têm preferência por um ninho aberto, que pode ser construído com uma grande variedade de materiais, entre os quais, uma corda de sisal desfiada, por exemplo. A fêmea põe, em média, entre quatro e cinco ovos, que são claros e têm manchas escuras, e que são chocados pela fêmea durante 13 a 14 dias.

Geralmente as fêmeas alimentam as crias com alimentos à base de ovos, já que as proteínas são fundamentais para o bom desenvolvimento das crias. A plumagem surge ao fim de cerca de 14 dias, mas com esta idade, as crias ainda não estão totalmente prontas para cuidar de si mesmas, sendo ainda alimentadas pelo macho, mas com frequência menor. Um bom casal de canários pode ter várias ninhadas por ano.

Alimentação

Quanto à alimentação, os canários são animais granívoros, isto é, as sementes são a base da sua dieta. Podem comer misturas de sementes especializadas para a raça, ou também alimentos à base de ovos, ou frutas, que os canários apreciam muito. Convém deixar disponível também arenito, que é importante para as necessidades digestivas do canário.

Higiene

Os canários geralmente gostam muito de tomar banho. Se tiver uma gaiola, pode prender a tina de banho na própria gaiola; caso tenha um aviário, pode ter uma tina de cerâmica que vai conservar a água fresca por um bom tempo.

Saúde

Os canários, como qualquer ser vivo, estão expostos a doenças; no entanto, se forem bem tratados não são especialmente sensíveis a elas. Geralmente as doenças levam mais tempo a evoluir do que a curar. Os canários mais velhos e os muito jovens são os que estão mais expostos a doenças na altura da mudança das penas. Mais do que em qualquer outro período; deverão evitar-se as correntes de ar e mudanças bruscas de temperatura. Devem manter-se de preferência a uma temperatura mais baixa e uniforme. Alguns pássaros podem vir a falecer por ataque cardíaco, por obesidade, por stress e por grande quantidade de aves num mesmo viveiro.

O pássaro perde a sua vivacidade, fica muito quieto, como que inchado, com as penas abertas e os olhos sem brilho. Também uma gordura ou magreza excessivas, o abdómen muito encolhido ou distendido, as penas do pescoço sujas ou as narinas a supurar são sintomas certos de doença. Um pássaro doente assenta sempre nas duas pernas quando dorme, enquanto um pássaro saudável apenas dorme sobre uma. Se um pássaro estiver a dormir sobre as duas pernas, pode considerar-se como um primeiro aviso pois trata-se de um sintoma que aparece sempre antes de os outros se manifestarem. Na prática, é muito difícil dizer com segurança qual a doença de que o pássaro sofre.

Os pássaros doentes devem ser isolados imediatamente. As gaiolas devem ser lavadas e desinfectadas (de preferência com álcool). Os sintomas de cerca de 30 doenças diferentes são mais ou menos os mesmos, tornando-se assim difícil a sua definição. O tratamento terá portanto de ser geral. Um pássaro doente deverá ter tratamento imediato, mesmo que apenas se notem sintomas insignificantes. O ataque rápido à doença pode muitas vezes salvar a sua vida, que em muitos casos 24 horas depois estaria perdida. Um remédio universal contra as doenças dos pássaros é o CALOR. O pássaro doente deve ser imediatamente colocado numa gaiola de madeira, pequena, com uma placa de vidro na parte da frente. A gaiola pode ser aquecida, por exemplo, utilizando uma lâmpada ou uma resistência eléctrica. Uma temperatura de 30/35 graus C será a indicada nos primeiros 3 dias, baixando-se depois gradualmente. O calor e um preparado antibiótico - Aureomicina ou Terramicina - são em muitos casos a cura mais fácil. Põe-se na água de beber cerca de 1 cápsula de 50 mg de um destes antibióticos para 1/2 litro de água. Repete-se este tratamento durante três dias seguidos, voltando a repetir-se passados dois dias, se não houver melhoras. Os antibióticos também podem ser utilizados para combater doenças contagiosas. Os pássaros não deverão ter outra água para beber enquanto estiverem sob tratamento. Os pássaros que estão sujeitos a tratamento antibiótico deverão, nesse período, ter um suplemento de vitaminas (encontrado em casas especializadas), dado que os antibióticos destroem a flora bacteriológica dos intestinos.

Reprodução

O ciclo da reprodução dos canários, desde a postura dos ovos até que as crias saiam do ninho, dura cerca de um mês. Durante esse tempo, os pássaros têm de cumprir uma série de obrigações que são reguladas por processos biológicos complicados. Se uma das fases desse processo não se desenrola normalmente, todo o ciclo pode ser perturbado. Não devemos de maneira nenhuma intervir na sequência natural da reprodução.

É necessário lembrarmo-nos de que os canários são individuais e que têm gostos diferentes. Não podemos portanto tratar todos da mesma maneira, o que aliás se aplica de uma maneira geral à criação de todos os animais.

Dizem os entendidos que há aves mais fáceis de criar do que os canários, eu penso que não é difícil, desde que se tenha espaço, gosto e paciência, principalmente no início.
Um dos primeiros problemas que surge é quando juntar os canários. Eles são muito influenciados pela duração do dia mas penso que também são sensíveis ao aumento das temperaturas. Eu tenho procedido à junção dos casais no final de Fevereiro, (a minha região é muito fria). Os meses de Março, Abril, Maio e Junho são os meses de criação.

Há basicamente dois métodos. Um consiste em juntar o macho e a fêmea durante todo o ciclo, para que ambos partilhem as tarefas como um "bom casal". É talvez o mais natural e deve ser posta em prática desde que não haja nenhum inconveniente. O outro método consiste em retirar o macho no final da postura ou porque ele é agressivo e pode perturbar o choco, ou porque queremos aproveitar as boas qualidades do macho para juntar a outra fêmea. É necessário estar atento. Há machos que criam melhor os filhotes do que as próprias fêmeas e há fêmeas que abandonam o ninho se o macho for retirado. O melhor é conhecer bem as aves e optar pela melhor solução para cada caso.


Melodia dos canarios





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