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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Pintassilgo major


Manter e criar pintassilgos major é, para mim, jogar na liga dos campeões. Não só pela dificuldade de os ter mas também em criar. Estas pequenas aves criadas à sensivelmente 30 anos em cativeiro, são originárias da Sibéria. Nos primórdios da sua criação em ambiente controlado a dificuldade em ambientar estas aves ao cativeiro foi dificil de superar na medida em que os conhecimentos dos criadores em manter estas aves era diminuto. e também pelo facto de serem aves extremamente sensiveis à coccidiose e consequentemente à captura entrarem muito facilmente em stress. Em média em cada 10 aves capturadas 8 morriam. Na década de 80 vimos crescer as importações do pintassilgo, a baixo preço, para vários países europeus provindos da Ásia Central e Sibéria. Aves ancestrais de porte entre 15,5cm até aos 17 cm. Aves essas que,hoje, muito dificilmente se encontram em cativeiro, uma vez, que para conseguir criar aves estáveis e adaptadas a cativeiro surgiram mestiçagens com o pintassilgo europeu - elegante. Este menos sensível em cativeiro permitiu reduzir, através de cruzamentos entre efectivos, a alta taxa de mortandade nos pintassilgos siberianos. Uma ave ancestral e não clássica, isto é uma ave com as mesmas características de uma ave em liberdade pode custar no mercado à volta de 500 euros, ao passo que um pintassilgo major clássico custa entre 100 e 150 euros. Após vários anos de adptação em cativeiro e surgimento de várias cores vemos hoje o pintassilgo siberiano como um pássaro passível de se ter em qualquer casa, basta ter cuidado com a coccidiose, que afecta bastante este ser alado em concomitância com uma alimentação apropriada, diria, a limite, que não existe diferença entre ter um canário e um pintassilgo major. Para provar isto enfatizo as palavras de um criador belga - Marc Vanhove - que diz que consegue tirar mais pintassilgos do que canários mallinois. Quais as diferenças entre ambos? coloca-se a questão: Baseado na minha experiência lanço-me a elucidar algumas diferenças.

No pintassilgo é altamente passível um ataque de coccidiose e no canário não tanto.

No canário as salmonelas e a varíola são doenças comuns e no pintassilgo não.

No canário há elevada probabilidade de aparecer ácaros na traqueia e no pintassilgo é muito menor.

O canário quer resguardo das intempéries, o pintassilgo aguenta bem o frio.

O pintassilgo é bastante agressivo entre ele já o canário não tanto. Daí ser necessário ter espaço para se começar uma criação de majors.

O pintassilgo precisa de alimento vivo para alimentar a prole e o canário não.

E por fim os pintassilgos são muito mais caros......

No que concerne ao canto apelidam o pintassilgo major de mau cantor. Ora não é verdade, a questão é que esta ave é criada maioritariamente em função da cor ou da mutação e não dos seus dotes canoros. São aves cujo canto se pode igualar aos nossos pintassilgos, desde que sejam observados pelo criador e trabalhados nesse sentido. Apesar de ter um som mais grave e menos límpido que o nosso pintassilgo parva já observei excelentes cantores em pintassilgos major.

Relativamente às cores - mutações - existem as seguintes:

Pastel;

Pastel asa cinza;

Ágata;

Castanho;

Isabel;

Eumo;

Opala;

Lutino,

Satiné;

lutino;

Amarelo;

´Pérola;

Albino;

Faeo;

Branco,

Gola branca;

Panaché.

E diversas combinações entre cores ligadas ao sexo e recessivas autossómicas.

Relativamente à manutenção destas aves em cativeiro basta ter uma gaiola com o minimo de 1m*50*50 para um casal, embora quanto maior o espaço melhor. Este pode perfeitamente estar junto todo o ano, desde que não exista agresividade entre ambos. Quanto à alimentação existem várias fórmulas, que vão depender do espaço e do frio/calor a que estão sujeitos os individuos. O ideal será administrar a maior variedade possível de sementes, contudo cabe ao criador avaliar a melhor opção, dependendo das duas variáveis supra citadas.

Para que estas aves criem é somente necessário que elas queiram e para tal devemos proporcionar que tal aconteça. Não existem segredos, contudo deixo algumas dicas.

O principal impulsionador é o macho. Se o macho tiver cio a fêmea entrará também no cio.

Em Portugal a época de criação vai de Abril/Maio a Agosto.

Os casais devem ser preparados antecipadamente. A partir de Janeiro.

Germinado, pinkies e bufalos - como fonte de proteína - permitem que haja apetência por parte do casal, para criar.

Calma, ouvido e atenção. A experiência faz o resto.

Por fim deixo três conselhos para os iniciantes desta magnífica ave;

Esta ave é delicada e como tal é necessária alguma experiência noutras aves de fauna europeia menos delicadas. Um criador já experiente terá menos dificuldade na manutenção de pintassilgos major.

Prefiram aves sujeitas a poucos fármacos, uma vez que estas são aves mais frágeis e corremos o risco de termos individuos imunologicamente insuficientes e, como tal, darão certamente juvenis frágeis. 1 a 2 tratamentos com sulfas dado anualmente é o bastante para aves em ambiente controlado e na minha opinião devem ser administrados, uma vez que estamos a trabalhar com aves com exposição directa às suas próprias fezes. Eu dou 1 tratamento anual com sulfas. O segredo está na prevenção com próbioticos e em manter uma dieta equilibrada.

Prefiram aves criadas pelos próprios pais, pois estas últimas são aves já sujeitas a várias infecções, cujos anticorpos são transmitidos à prole nos primeiros dias de vida.





Diferença de tamanho entre Pintasilgo Major ( foto esq.) e Pintassilgo Parva ( foto Drt.)






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